Vermelho escreve-me adensamente

Vermelho escreve-me adensamente no corpo criado pelo sorriso de uma flor

domingo, 23 de janeiro de 2011

Lamento de uma rapariga

E os meus olhos deslizam
Sobre o corpo seco e desvanecido
Sem mais amar
Canto a triste canção de martírio e dor
que toda penetra em meus olhos
Sem o abrigo da luz
Que dilatava-me o sentidos
(Como posso?
Contenho, o sou)

Nada.
E ainda assim,
Sou um corpo moribundo
Desnudo de luz
E que aspira ancorado
Em outro seio

( que não o jamais)

Sem mais sonhos
Teço ilusões
Com meu canto sem alma
Tragado pelo próprio
Lamento do espírito

Desfaço-me do corpo
Que indesejado
Me possuiu
E me embanhou de suores febris
Extasiado pelo corpo que um dia foi meu
(Ao regalo de outros corpos
Me pariu a dor
E me embalsou em beijos)

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