Vermelho escreve-me adensamente

Vermelho escreve-me adensamente no corpo criado pelo sorriso de uma flor

domingo, 23 de janeiro de 2011

Lamento de uma rapariga

E os meus olhos deslizam
Sobre o corpo seco e desvanecido
Sem mais amar
Canto a triste canção de martírio e dor
que toda penetra em meus olhos
Sem o abrigo da luz
Que dilatava-me o sentidos
(Como posso?
Contenho, o sou)

Nada.
E ainda assim,
Sou um corpo moribundo
Desnudo de luz
E que aspira ancorado
Em outro seio

( que não o jamais)

Sem mais sonhos
Teço ilusões
Com meu canto sem alma
Tragado pelo próprio
Lamento do espírito

Desfaço-me do corpo
Que indesejado
Me possuiu
E me embanhou de suores febris
Extasiado pelo corpo que um dia foi meu
(Ao regalo de outros corpos
Me pariu a dor
E me embalsou em beijos)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Gosto de revirar-me dentro de mim.
Como em dias mudos -
Me aconchego no peitoril da porta
E quietinha olho o vento no meu rosto

Olho o vento
E ele me rebuliça

Saio fora para ver.
Para quê tinta, papel
Se tudo que eu tenho
Está aqui
Dentro de mim
Sangrado, suado, chorado, gozado

Tudo escrito aqui com as letras marcads na pele
-Ai minha pele, que me desnuda
Que me repele

Gostoso mesmo é quando deixam marcas
Daquelas que só se faz uma vez
-Escreve-me em ti

Escreve o amor no meu peito