Vermelho escreve-me adensamente

Vermelho escreve-me adensamente no corpo criado pelo sorriso de uma flor

terça-feira, 21 de agosto de 2012

E então , não há mais nada
 apenas espero que a doce sombra de um cajueiro
pouse em mim e me sinta
assim como agora sinto tudo
e sou tanta
tanta fome que me cega
olhar de mais para o céu
Mas ah... sei que el esta lá
e como tudo
Me refaço também nessa parte
de ser algo

que sempre esteve
e que sempre foi
e no entanto, esconde-se na sombra dessa árvore
Por quanto tempo me desfaço
Me faço no ar como o lago que alcança a margem
sem esperar que a Lua o cubra na noite de breu
Pensar no que não está escrito e deixar-me ser apenas
Na Luz, contra-a-luz
Me desfaço no ar e minha pele
pêlo do meu sangue que ainda arde
Me refaz
De tudo que mais será
pousado na pele lâmina do vento