O vento de julho despenteou um pouco os cabelos dele. De costas para o outro, rosto voltado para o escuro, braços abertos. como se dançasse. E foi dizendo, a cara erguida pra o céu coberto de fuligem molhada pelas gotas da garoa fria.
"In Tiângulo das Águas, Caio Fernando Abreu - Pela Noite"
Ele nem ao menos imaginava o que eu fazia olhando para o céu de forma tão suplicante?
Ausente dos meus pensamentos talvez me visse indiferente na perdição de estrelas.
Me perdia nas noites em que fazíamos amor e desejava que nos misturássemos àquele azul e que fossêmos céu, mais em mais.
Jogados no breu da noite, era isso que éramos. Se ele pudesse jogar uma estrela e cair em mim, cairia cadente da janela e dançaria feito chuva tilintando no asfalto.
Ele, não adivinhava. Nunca adivinhou. Se a chuva falasse por mim.Mas perco a boca da chuva quando sua água limpa encontra meus lábios frios. Danço o compaso da água por que sei que ela me alcança, e assim eu alcanço o céu
E mais uma vez me entrego ao breu e soo chuva na janela rasgando notas soltas de uma música minha.
Vermelho escreve-me adensamente
Vermelho escreve-me adensamente no corpo criado pelo sorriso de uma flor
domingo, 25 de julho de 2010
sábado, 17 de julho de 2010
Aproveitar o pulso dos instantes. Saborear a plataforma em que a consciência deseja atirar-se para além do que vê. O ultimato do pensamento pulsante que exige a transposição das vias comuns, a elasticidade dessa capacidade de multiplicar as raízes e asas do esvoaçar de idéias. Transpassada pela vastidão de sentido que um átomo de segundo pode carregar.
Transpassar o acontecimento pelo acontecimento
Transpassar o acontecimento pelo acontecimento
Assinar:
Postagens (Atom)